Fenômeno inédito

Piranha-vermelha é encontrada pela primeira vez na Lagoa dos Patos 1z4l3i

Palometa foi encontrada em São Lourenço do Sul; fenômeno já havia acontecido no ano ado 182e37

Foto: Divulgação - DP - Piranha-vermelha foi encontrada em São Lourenço do Sul

Por Victoria Meggiato
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No último sábado, um pescador encontrou uma até então inédita piranha-vermelha, também conhecida como palometa, na Lagoa dos Patos, em São Lourenço do Sul. Essa não é a primeira vez que piranhas aparecem na região, já que no ano ado duas piranhas-amarelas já haviam sido encontradas na Lagoa, entre São Lourenço do Sul e Arambaré. No entanto, o aparecimento da espécie vermelha, da família Serrasalmidae, intriga moradores da região e pesquisadores da área.

Os registros de aparecimento das palometas estão sendo cada vez mais frequentes no Estado. Diferente do ano ado, quando foram encontradas palometas da espécie Serrasalmus Maculatus, a piranha-amarela, desta vez foi a espécie Pygocentrus Nattereri, também conhecida como piranha-vermelha. De acordo com Yan Gowert, doutorando em Biologia de ambientes aquáticos continentais na Universidade Federal do Rio Grande (Furg), elas podem chegar ainda mais perto. "Tem possibilidade delas chegarem em Rio Grande, pois estamos em ano de El Niño, fenômeno meteorológico que deixa a região mais doce. Isso vai possibilitar um ambiente mais limpo para que elas possam crescer e se reproduzir", conta.

Os motivos para o aparecimento da espécie na Lagoa dos Patos podem ser vários, como aquariofilia (prática de criação de peixes em aquário), e a aquicultura, ou seja, a reprodução e o crescimento de organismos aquáticos em ambiente controlado ou confinado. Mas, segundo Gowert, a razão mais provável é o agronegócio."O que acontece é que os agricultores criam os chamados canais de irrigação, captam água de um local e vão jogando para um outro. Com essa captação de água, os peixes vão junto e, nesse novo ambiente, se encontram as condições necessárias, começam a reproduzir e invadir cada vez mais", afirma.

Impactos
O aparecimento das palometas pode ter um resultado negativo no sistema ecológico. A espécie é uma predadora de topo, não possuindo predadores durante a sua vida adulta. Por esse motivo, elas podem competir por recursos alimentares com outros predadores de topo da região, podendo levar ao decréscimo das populações típicas da Lagoa dos Patos.

Na economia, as consequências também são negativas para as famílias de pescadores da região. As palometas se alimentam de outros peixes que estão no ambiente, afetando diretamente a pesca local com a redução da captura das espécies mais valiosas. Como resultado, ocorre a diminuição da renda desses profissionais.

De onde vem as palometas?

As palometas são nativas da bacia do Rio Uruguai e exóticas no sistema hídrico da Lagoa dos Patos. Por esse motivo, pode-se dizer que são espécies Alóctone, como conceituado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). São peixes piscívoros, ou seja, se alimentam de outros peixes, andam em cardumes, de três a quinze indivíduos, e podem medir de 20 a 30 centímetros de comprimento.
As piranhas podem ser encontradas na Amazônia e no Pantanal, e foram circulando pelos rios Paraguai e Uruguai até chegarem ao Jacuí e outras bacias do Rio Grande do Sul, provavelmente através dos canais de irrigação abertos em plantações.

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